Sobre Redenção

O atual nome Redenção, oficializado em 1889, faz referência ao fato da cidade ter entrado para a história como a primeira no Brasil a libertar totalmente seus escravos. Isso ocorreu por declaração, em 1º de janeiro de 1883, resultante de sugestão de Deocleciano Ribeiro de Menezes. Os “libertadores”, importantes abolicionistas, vieram em comitiva prestigiar a solenidade do acontecimento, através da Estrada de Ferro de Baturité.

A atual cidade de Redenção, era conhecida como Acarape e pertencia à província de Baturité, em 1823. Teve como seus primeiros habitantes os índios tapuias, que vieram de Jaguaribe para habitar as margens do Rio Pacoti. O rio corta a região onde se formou uma pequena comunidade que vivia da pesca e agricultura.

Depois começaram a chegar alguns negros africanos que desembarcaram no Mucuripe e se espalhavam por muitos municípios do Ceará. Foi o primeiro núcleo de povoação para o surgimento do município. O povoado foi elevado à categoria de vila, em 28 de dezembro de 1868, pela Lei de n.º 1255, com o nome de Acarape, desmembrando-se do município de Baturité.

As primeiras manifestações religiosas aparecerão a partir da construção da primeira capela. A Freguesia se apoiou sob a Lei nº 1.242, de 20 de dezembro de 1868. O primeiro vigário foi o padre Antônio André Lino da Costa, nomeado no dia 10 de dezembro de 1869, havendo como registro de posse a data de 6 de fevereiro de 1870.

A Sociedade, criada no dia 8 de dezembro deste ano, era composta por cidadãos ilustres da Vila. Na época, o movimento abolicionista tomava conta do Brasil e Redenção foi a primeira a libertar seus escravos, o que aconteceu no dia 1º de janeiro, quando chegavam à então Vila, os ilustres abolicionistas José Liberato Barroso, General Antônio Tibúrcio, Padre Guerra, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio e João Cordeiro, a fim de presenciarem a tão sonhada alforria dos 116 escravos da Vila.

Em 18 de março de 1842, através de Ato Provincial desta data, passou a ser distrito policial de Acarape. A lei de 1.255, de dezembro de 1868 eleva o povoado de Acarape a categoria de vila. E em 21 de agosto de 1871 teve a criação da primeira Câmara Municipal de Redenção, data em que se desmembra de Baturité.

Nesta primeira Câmara tinha como constituintes:
Presidente: Tenente-Coronel Simião Teles de Menezes Jurumenha
Demais Vereadores: José Joaquim de Araújo, Félix Nogueira de Souza, Francisco Ernesto de Oliveira, Honorato Gomes da Silveira
Suplentes: José Martins Souto Maia, Antonio Ferreira dos Reis
Substitutos: Francisco Ferreira da Silva, Cassiano Antonio de Oliveira.

Superfície de Redenção: 735 Km² do anuário do Ceará, 635 Km² na enciclopédia dos municípios e dados recentes, 550 Km².

Epidemia local de grande impacto:
O cólera-morbus, em 1862 em 5 de abril  que foi lamentada pelo próprio Imperador Dom Pedro II. Padre Ângelo Custódio de Castro e Silva fora acometido pela doença e fora sepultado na capelinha de São Miguel.

Origem do nome Redenção:
Há controvérsias quanto a nomeação da cidade. Se de um lado o grande historiador Raimundo Girão atribuiu à Diocleciano Ribeiro de Menezes, por sua vez a família Benvindo de Redenção guarda a tradição de que se deve ao patriarca Coronel Francisco Benvindo de Vasconcelos.

Dentre os primeiros a alforriar os escravos se destacam Antonio da Silva Matos que alforriou os três escravos que possuía, exemplo seguido por Simão Teles de Menezes Jurumenha, Gil Ferreira Gomes de Maria e Emiliano Cavalcante. Ao todo 116 escravos foram emancipados.


Membros da Sociedade Libertadora Acarapense
Dirigida pelo eminente cidadão Gil Ferreira Gomes de Maria, Procurador - Antonio da Silva Ramos, 1º Secretário Henrique Pinheiro Teixeira, 2º Secretário R. A. Gomes Carneiro, Tesoureiro Pe. Luis Bezerra da Rocha, Delegado Deocleciano de Menezes.




Fonte:http://www.unilab.edu.br/historia-de-redencao-liberdade/
Documento presente no Museu da Liberdade

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